O STOL no SciComPT 2016

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 “A ciência não é só dos cientistas” foi o mote do 4º Congresso SciComPT no qual o STOL marcou presença com cinco projectos. Durante dois dias (26 e 27 de Maio) cerca de duas centenas de cientistas, comunicadores e divulgadores de ciência estiveram reunidos no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, discutindo os contributos da comunicação de ciência no diálogo com a sociedade, num total de 140 apresentações.

O STOL– Science Through Our Lives, um projecto de comunicação e divulgação de ciência nascido no Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Universidade do Minho, fez-se representar em cinco intervenções, com trabalhos que envolveram 14 elementos de áreas tão distintas como biologia, educação de adultos, psicologia, sociologia, educação e ciências da comunicação, versando temas que relacionam a ciência e a arte, a avaliação, a educação não formal e os cientistas.

“Ideias Leguminosas” foi o primeiro poster a ser apresentado no painel dedicado à “Arte e Ciência”. Hugo Dias, da Escola Sementes de Liberdade, descreveu o projecto de ensino que lidera numa escola particular do 1º Ciclo que promove a abordagem de Ciência em contexto de trabalho e com recurso à arte (plástica, dramática e musical). O resultado – “Ideias Leguminosas” – foi fruto de trabalho colaborativo com o STOL e assinala o Ano Internacional das Leguminosas. A Ciência é abordada de forma lúdica e que vai desde textos criativos (que abordam conceitos científicos), alguns sujeitos a encenação teatral, à elaboração de peças de arte figurativa (mandalas, painéis, instalações). Além de Hugo Dias, colaboraram neste projecto Adriana Moreira Silva (Escola Sementes de Liberdade) e Alexandra Nobre (STOL).

 

Aproveitando a passagem, por Guimarães, em 2015, da exposição “Era uma vez… Ciência para quem gosta de histórias”, produzida pelo Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, Alexandra Nobre (STOL, UMinho) e Paula R. Nogueira ( STOL, Univ. Coimbra) aplicaram a técnica de PMM (Personal Meaning Mapping) para avaliar a eficácia comunicativa da exposição junto do público, bem como a aprendizagem em contexto informal. A avaliação da experiência de aprendizagem faz-se com base em registos de ideias associadas a uma palavra-chave, antes e depois da experiência de visita. O trabalho de campo contou com a colaboração de voluntários e foi aplicado a três amostras de visitantes (duas escolas do 1ºCiclo e público geral). “Pegada hídrica”, conceito associado à história “João e o Pé de Feijão”, foi o tema estudado. A apresentação do poster esteve a cargo de Alexandra Nobre (STOL) e a pesquisa contou com a colaboração de João Ribeiro (IDEGUI), Patrícia Ferreira (CM de Guimarães) e Sérgio Gonçalves (CM de Guimarães).

 

No painel dedicado à “educação não formal”, a investigadora Clara Costa (Instituto de Educação, UMinho, STOL) apresentou quatro projectos de “Ciência experimental com públicos incomuns”. Implementados com diferentes públicos de adultos, estes projectos envolveram utentes de um lar de idosos, veteranos de guerra e consumidores de drogas ilegais. As actividades experimentais, jogos, vídeos e demonstrações, com forte componente visual e cinestésica, envolveram análise dos pigmentos fotossintéticos no Outono e observação de fotografias SEM (Scanning Electron Microscopy) de detalhes biológicos, a aterosclerose (sintomas, comportamentos de risco, cuidados a ter) e construção de modelos que simulam a deposição de placas ateroscleróticas, o mar como meio de comunicação e de apoio da biodiversidade e a tecnologia ao serviço da orientação espacial e da comunicação, e observação do céu nocturno (estrelas e constelações), construção de um relógio de sol e exploração das dinâmicas de uma horta. Colaboraram neste trabalho Chisoka Simões, Eugénia Cunha, Sílvia Coelho e Alice Alves (todos do Instituto de Educação, Universidade do Minho) e Alexandra Nobre (STOL, Universidade do Minho).

 

No mesmo painel, “educação não formal”, (STOL, FCHUL) apresentou o projecto “A galeria iLux 2015 e a visita do lápis azul”, resultado de um trabalho de equipa em que também participaram Daniel Ribeiro e Alexandra Nobre (ambos do STOL). A pretexto do Ano Internacional da Luz 2015 (AIL 2015) surgiu “iLux 2015”, uma galeria de cartoons em registo WIP que começou sendo uma “exposição virtual” na página oficial AIL 2015 e nas páginas STOL nas redes sociais para evoluir, posteriormente, para uma exposição física, com a colecção de cartoons a ser apresentada no âmbito da NEI 2015 (Noite Europeia dos Investigadores), e no congresso Communication and Light 2015, em Braga. A reacção de algum público, o uso do humor e da imagem figurativa contrapondo estereótipos, questões raciais, preconceitos e padrões sociais do público, foram igualmente analisados neste trabalho.

 

Na “Sala dos Relógios” marcava-se encontro com os cientistas. Daniel Ribeiro (STOL, FCHUL) apresentou o poster “PubhD UMinho – Já falou de ciência num bar?”, descrevendo o projecto “PubhD” que chegou às cidades de Braga e Guimarães em Janeiro de 2016. Três doutorandos encontram-se num bar e apresentam (em 10 minutos) os seus projectos de investigação sujeitando-se às perguntas do público presente (que dispõe de 20 minutos). É assim o PubhD (jogo de pub + PhD), um espaço de interacção sem limites para a criatividade e que coloca à prova a capacidade comunicativa do interveniente e a sua proficiência na transmissão de conhecimento científico para o público leigo. O PubhD UMinho conta com a presença do GeniUM, a mascote do grupo e a avaliação do evento pelo público é feita por votação com feijões. Há duas perguntas em jogo – “Aprendeu algo de novo nesta sessão?” e “Qual o tema mais interessante?” – e feijões de duas cores (para distinguir cientistas/investigadores de leigos) que são depositados em pequenas embalagens de plástico reutilizadas. A linha de avaliação inclui ainda inquérito por questionário online pós evento dirigido aos oradores e análise feita ao impacto mediático que a iniciativa gera, considerando a cobertura nos media locais gerada por cada sessão. Envolvem-se neste projecto Daniel Ribeiro (STOL), Paula R.Nogueira (STOL, Univ. Coimbra), Clara Costa Oliveira (STOL, UMinho), Pedro Veloso (STOL), Sara Martins (STOL, FCSH), Alexandra Nobre (STOL, UMinho).

 

Em jeito de balanço da participação STOL neste congresso referimos:

  • o convite para dar uma palestra na Universidade do Porto sobre a intervenção com públicos incomuns,
  • a solicitação de formação de monitores voluntários para dinamização de actividades de ciência com “públicos fracturantes”,
  • o convite para estar presente no festival da alimentação, em Outubro, Lisboa, MUHNAC, com as actividades “Ideias Leguminosas”,
  • os pedidos de colaboração na avaliação de exposições, usando a  escala inédita para análise de PMM,
  • o enorme sucesso das soluções de avaliação (votação com feijões) postas em prática com o PubhD UMinho como pode ser confirmado pelos inúmeros tweets sobre o assunto,
  • os elogios relativos à qualidade gráfica dos posters apresentados,
  • a troca de ideias relativa à origem dos estereótipos: na galeria de cartoons ou nas pessoas que o apontam?

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