PubhD UMinho: Escola do futuro e turismo criativo

Em Abril o PubhD UMinho convida uma educadora que procura um rumo para a escola do futuro e um geógrafo que vê no Noroeste a direção certa para o turismo criativo, para falarem dos seus projetos de investigação. A sessão realiza-se no dia 11 de abrilpelas 21h15 no Barhaus e a entrada é gratuita.

Como saber o que é necessário mudar para aproximar a escola dos nativos digitais? Para Elisabete Barros (Ciências da Educação) só há um caminho: perguntar a quem tem mais interesse na matéria, os alunos. A investigadora do Instituto de Educação da UMinho, está a entrevistar alunos com idades entre os 9 e os 15 anos que frequentam duas escolas de Braga. Pretende recolher dados que permitam contribuir para uma mudança da escola, tornando-a mais próxima da sociedade digital em que os alunos se movem. Juntam-se ao plano de estudo os pais e professores para que a visão sobre a “escola do futuro” seja mais completa. “A vantagem que vejo na minha investigação é a possibilidade de ouvir e dar voz às crianças numa matéria que a elas diz respeito diretamente e que quase nunca é tida em consideração”, afirma a investigadora que acredita nas vantagens da educação aberta e em rede.

A importância do turismo criativo para o desenvolvimento de zonas rurais e cidades de pequena dimensão é o tema central do projeto de investigação de Ricardo Carvalho, um geógrafo que vê o turismo muito para além da visita passiva e contemplativa. “O turismo criativo tenta aproximar o visitante à comunidade e à cultural locais”, explica o investigador do Lab2PT, uma unidade de investigação em Ciências Sociais da Universidade do Minho. Joga-se tudo na “experiência única e autêntica” do visitante que acaba por funcionar como mais valia para um produto turístico que poderá consolidar-se na excelência e distinção. Com este projeto de investigação pretende-se recuperar rituais antigos, valorizar tradições e a cultura das comunidades locais, combater a sazonalidade do turismo e demonstrar a importância do turismo criativo em territórios de baixa densidade, tomando como exemplo os projetos existentes na região do Noroeste de Portugal. Para isso, o investigador analisará a visão dos visitantes, dos promotores e dos agentes locais, tendo por base a sua experiência no projeto CREATUR. 

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Desde o ano 2016 que se realizam sessões do PubhD UMinho por iniciativa do STOL – Science Through Our Lives – um projeto do Departamento de Biologia da Universidade do Minho orientado para a comunicação e divulgação de ciência. Já foram realizadas 35 sessões que contaram com a participação de 76 investigadores, na sua maioria mulheres O PubhD UMinho surgiu no âmbito do movimento internacional PubhD, nascido em Nottingham (2015) e foi o segundo a aparecer em Portugal (depois de Lisboa em outubro de 2015).  

Há dois anos que a Ciência vai aos bares do Minho (25 JAN 18)

Há dois anos que a Ciência saiu da universidade e se juntou aos cidadãos, numa mesa com bebidas. Trata-se da iniciativa PubhD UMinho que tem vindo a desafiar mensalmente cientistas e investigadores nos bares das cidades de Braga e Guimarães.

Já passaram pelo “palco” do PubhD UMinho 51 investigadores, a trabalhar em universidades portuguesas e estrangeiras em áreas do conhecimento que vão desde as Ciências às Humanidades. Adicionalmente, foram publicadas 127 notícias nos media, estimando-se num total de 1100 o número de pessoas envolvidas nas sessões, entre leigos e especialistas.

Estes encontros informais de “amigos à volta de uns copos” permitem discutir temas da atualidade científica com uma linguagem desconstruída e acessível a todos.

Daniela Costa é investigadora em Psicologia Social e Tomada de Decisão, na UMinho, e o seu trabalho centra-se nos julgamentos de justiça no contexto de grupo, mais concretamente, na forma como as pessoas reagem a situações de iniquidade dependendo da intensidade da injustiça e da identidade social dos intervenientes. Com este projeto, a investigadora propõe apresentar técnicas que contrariem os preconceitos sociais associados ao terrorismo, um problema da sociedade atual.

Paula Ramos Nogueira é investigadora em História das Ciências e Educação Científica na Universidade de Coimbra, e debruça-se sobre o contributo da ciência e da tecnologia para o desenvolvimento da indústria têxtil portuguesa, analisando a história do setor em Guimarães, entre os anos de 1850 e 2016. Centrando-se nos principais avanços da ciência e tecnologia ao longo das diferentes fases da Revolução Industrial, o seu estudo tem por objetivo propor estratégias e modelos congruentes com um crescimento consistente e inovador do setor, um dos mais resilientes e importantes da economia nacional.

O PubhD (pub=bar e PhD=doutoramento) é um movimento de divulgação da ciência que surgiu no Reino Unido (2014) e se realiza agora em 22 cidades europeias. O PubhD UMinho é organizado pelo STOL – Science Through Our Lives, desde Janeiro de 2016, em Braga e Guimarães.

O próximo evento é já no dia 25 de janeiro pelas 21h15, no Barhaus, em Braga.

Daniela Costa – Psicologia (EPsi, Universidade do Minho) E se fosse consigo: como reagimos a injustiças?

Paula Ramos Nogueira – História das Ciências (III, Universidade de Coimbra) Têxtil, Ciência e Tecnologia: o fio da meada